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50 Tons de Cinza: CRÃTICA.
06 de maio de 2013

 

Fetish está no imaginário de 50 Tons de Cinza

 

Contagiada pela curiosidade acerca do livro erótico escrito para mulheres e por todo o seu sucesso, comprei o meu exemplar de 50 Tons de Cinza.

Depois de ler críticas e elogios a respeito, eu quis  conferir por mim mesma a história que tem excitado mulheres em todos os cantos do planeta, além da promessa de renovar a paixão em vários casamentos e relacionamentos.

Sexo, paixão e erotismo nunca é demais! Será que tem romance também no livro?

A história começa devagar e permanece num ritmo lento quase que o tempo todo. Segundo explicações para o fenômeno, o livro segue o ritmo feminino: fantasioso, romântico e lento. Mas será assim mesmo? Por que será que tantas mulheres se identificaram com a história de um romance entre uma moça virgem de 21 anos e um milionário sadomasoquista? Será mesmo pela lentidão que o caso se desenrola? Pela dominação sexual do homem sobre a mocinha? Pelo romance que a protagonista tenta viver em sua aventura? Ou pelo sexo por si próprio? Qual será o segredo dessa história de sucesso?

Eu particularmente me identifiquei mais com o Senhor Grey (Cinza) do que com a Anastácia. Não por ser sadomasoquista, mas por ter uma personalidade forte e dominadora, ao invés de ingênua, tímida e virgem. O Senhor Grey exige de Anastácia que assine um contrato de submissão com itens que variam desde a sua alimentção e horas de sono até os mais permissivos ataques sexuais, como apanhar de vara e introdução da mão na vagina e no ânus. Fato meio contraditório na história, já que tudo acaba sendo negociado e o contrato não tem valor algum senão o fato de se ter falado e esclarecido o assunto.

A protagonista virgem também tem orgasmos com uma facilidade constrangedora. Isso sim me pareceu caso de ficção científica. De recatada e virgem à uma mulher que goza com a facilidade de um homem. Fantasias a parte, todas sabemos que isso vem com o tempo e não num passe de mágica ou na capacidade específica de um homem.

Apesar da lentidão da história e das contradições que existem nela mesma e com a vida real, diria que dá para tirar algum prazer dos encontros sexuais entre Grey e Anastácia. Mas para mim, nada que explique o gigantesco sucesso do romance. Prazer para mim é algo a mais do que isso e diferente. Mas enfim, prazer é prazer. Cada um tem o seu! Se não se identificar com o prazer da história, saboreie o sabor da descoberta e da leitura!

 

CAROLINA VILA NOVA

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

CAROLINA VILA NOVA

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

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