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A Culpa é das estrelas
15 de julho de 2014

Cartaz de: A culpa é das estrelas

 

Após várias semanas em cartaz e de todo sucesso por trás do livro e do filme, eu finalmente fui conferir pessoalmente a história que estava arrancando lágrimas de milhões de pessoas no mundo todo. A repercussão do romance foi tão grande que eu já sabia do que se tratava. Só faltava mesmo assistir e sentir na pele o que tantos já haviam sentido.

Confesso que senti medo de assistir ao longa. Será mesmo que ia abrir a boca dentro do cinema? Não foi o meu caso. Apesar de ter ouvido vários soluços na sala de projeção e sentir os olhos marejados, não foi a morte de um dos protagonistas da história que mais me chamou a atenção.

O filme é literalmente um tapa na cara para a maioria de nós, que vivemos a vida como se ela nunca fosse ter um fim, como se todos fôssemos morrer velhinhos, dormindo numa cama em meio à um sono calmo e profundo.

O romance que se passa entre dois adolescentes virgens, ambos acometidos pelo câncer em tenra idade, nos comove pelo sofrimento de se lutar contra uma doença tão injusta aos nossos olhos, já tão cedo, com dor física e emocional constante, além da triste certeza de morte prematura.

 

        Para mim, mais do que a doença, o que chama a atenção no enredo, é a lição de vida e principalmente de amor, passada através desses jovens adolescentes e de seus pais.

 

Amor não deveria ter razão. Quando ele chega e é recíproco, amor tem que ser vivido e ponto final. Pergunto aos adultos de plantão: quantas vezes em sua vida você amou alguém e se sentiu totalmente correspondido? Se você já tem alguma experiência de vida, sabe do que eu estou falando. Amar não é uma escolha, não é algo que se planeja, mas que simplesmente acontece. Na maioria das vezes, quando menos se espera. E infelizmente, poucas vezes.

A culpa é das estrelas” nos mostra de forma muito delicada, a tendência do ser humano de querer racionalizar o sentimento mais profundo que existe e também o mais bonito. Hazel se apaixona por Augustus e não se entrega aos seus sentimentos. Ela tenta ignorar o que ambos sentem para evitar uma dor supostamente maior, no caso, a perda que Augustus viria a sofrer com a morte dela.

Porém, o amor que nasce entre os jovens traz sentido às suas vidas breves e sofridas. Não interessa quão longa ou curta seja uma vida, toda vida deveria ser bem vivida. E o bem viver está diretamente ligado ao amor.

Vale lembrar que não se escolhe a hora de amar e nem a quem. Todos desejamos dar um sentido maior às nossas vidas, aos dias ruins, ao chegar em casa depois de um longo dia de trabalho ou ao fim de semana, depois de uma semana corrida e estressante.

Acredito sim em felicidade independente de outra pessoa. Mas não nego que duas pessoas felizes consigo mesmas podem ser ainda mais felizes juntas.

Não deve ser preciso se ter a certeza da morte, para se dar valor a vida ou ao amor. Para mim esta é a grande moral da história. Com a suposta certeza da morte de Hazel, Augustus acaba falecendo primeiro. E por mais dor que isso cause à protagonista do filme, fica claro a qualquer um, que mais vale um grande e verdadeiro amor vivido, ainda que sofrido, do que nunca ter tido a experiência do amor de verdade.

        O papel dos pais de Hazel também mostra a maturidade de pais que sofrem uma vida inteira com o medo de perder aquilo que de mais valioso possuem: seus filhos. Duas cenas me tocaram fortemente nesse sentido e a principal delas foi um pequeno monólogo que o pai de Hazel faz cinicamente, mostrando à ela a postura de se amar alguém que possui uma doença grave ou terminal. Não se desiste de alguém por isso. O pai queria incentivar o romance da filha.

 

A culpa é das estrelas” carrega o nome “culpa”, provavelmente pela doença que os protagonistas vivenciam, mas ainda assim eles têm a sorte de vivenciar um amor verdadeiro que registra a sensação de eternidade na alma.

Mas fica a lição: mais vale uma vida breve, cheia de amor vivido intensamente, do que uma vida longa, vazia e sem sentido!

Se permitir amar é se dar uma vida com intensidade!

Trailer oficial:

 

CAROLINA VILA NOVA

 

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

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