Playtac
Focuslife
Home / Focuslife / COLUNISTAS Voltar
A Pantera Nua
20 de dezembro de 2013
Hoje, refletindo sobre essa data tão linda, na qual celebramos o nascimento de Jesus, enquanto viajava para a cidade do Natal RN, onde fui jurada do FestNata (Festival de Cinema e Video de Natal), me veio a memória as filmagens de A PANTERA NUA, onde interpretava uma modelo que era também uma alpinista social e aprontava as maiores confusões tentando dar o golpe do baú.
O filme era uma co-produção com o Paraguai e fazia parte do contrato filmar parte do filme em Assucion. Escolhemos filmar as cenas do desfile na piscina do Hotel, mas antes resolvemos fazer a cena que simbolizava a liberdade da personagem, que era a seguinte: a personagem vinha numa cavalgada louca, alegre e brincando, tudo pronto para rodar e com um calor de 50 graus. Parecia que tinham aberto a boca do inferno.
O assistente trouxe o cavalo que eu ia montar (que era uma égua e estava tremendamente irritada por causa do calor). Eu sempre fui boa amazona, mas confesso que não estava preparada para o que aconteceu. Eu montei a minha posição esperando o comando do diretor que daria o AÇÃO, acenando um lenço branco para que eu pudesse ver pois estava distante uns 500m, quando ele acenasse, eu partiria em disparada na direção da câmera. Lenço acenando e lá fui eu em disparada. Mas,...surpresa: a égua começou a corcovear no ar igual a cavalo de rodeio. Depois do impacto do susto, tentando retomar o controle da situação, puxei as rédeas para parar, mas a égua era de salto e entendeu que era pra salta. Desprevenida, consegui me segurar quando levantou as patas da frente, mas quando desceu no impulso, eu voei por cima da cabeça do cavalo e aterrissei de mergulho. A primeira reação e proteger o rosto e bati no chão com as mãos, primeiro a sorte é que o terreno além de gramado era arenoso o que amorteceu a queda. Bom nem preciso dizer que além de machucada estava toda trêmula, mas tínhamos que repetir a cena e montei, tomei a mesma distância. O diretor abanou o lencinho e eu disparei, desta vez a cretina da égua além de corcovear investiu diretamente pra cima da equipe, eu tentava parar mas quando fui puxar as rédeas não tive força nas mão, tinha machucado as falanges. A única coisa que consegui fazer foi desviar. A égua estava enlouquecida tentando se livrar de mim e investiu contra os troncos das árvores, passou entre outra duas bem juntas. Aguentei firme falando pra ela, tentando acalmá-la e a duras penas consegui voltar para junto da equipe.
O diretor me disse: " vamos ter que repetir". Ok, tudo de novo. Mas, dessa vez, a coisa quase vira um acidente sério. A pobre da égua estava muito nervosa, e desta vez além de corcovear, pulava feito um cabrito. Quanto chegou perto da equipe, eu cai e fiquei com o pé preso no estribo e fui arrastada até que o tratador nos alcançasse e a segurasse. Fui socorrida e tratada com todo carinho pela minha camareira. Passei a noite delirando com 39 graus de febre. Mas no dia seguinte, eu tinha uma cena de desfile com salto dez e meu tornozelo estava todo inchado. Era dia 19 de Dezembro e era a última cena para podermos voar pra casa e passar o Natal com a família, e eu, em particular, com o meu bêbe que tinha apenas 4 anos.
Logo de manhã, o médico veio me ver e disse que teríamos que adiar a cena por uns três dias. Eu fiquei desesperada. Iríamos perder as reservas do avião e seria impossível consegui outros lugares antes do Natal. Tive que tomar uma atitude drástica: chamei o médico e perguntei se poderia me dar uma injeção de chilocaina. A dor passaria e eu poderia desfilar sem fazer cara de dor, e assim poderíamos todos ir para casa. Claro que não foi fácil convencer o medico. Mas, finalmente ele concordou. Fiz um lindo desfile e terminamos as filmagens e todos pudemos voltar a tempo de passar o Natal cos as respectivas famílias.
Rossana Ghessa Atriz e produtora de Cinema e teatro Contato: focuslife@playtac.com http://rossanaghessa.blogspot.com.br |
Biografias, Histórias de vida de personalidades
Deixe seu comentário:
joão signorelli
saber das estórias dos bastidores do cinema é sempre muito legal. essa sua saga com a égua,mostra um grau de profissionalismo e garra que nós atores brasileiros temos de sobra.e a indústria cinematográfica brasileira na época não possuÃa esses recursos,que facilitam nossa vida no set. e você rossana com sua garra talento e profundo amor pelo seu trabalho dá um exemplo de prontidão num set de filmagem.e além de tudo sua beleza estonteante,que até hoje encanta.vide as mulheres de nelson.beijão carinho gratidão