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Natal 2013
18 de janeiro de 2014
Estava ainda na cidade do Natal - RN, participando como jurada do Festival de cinema e vídeo de Natal - FESTNATAL, e minha irmã já me buscava no telefone pra saber se eu chegaria a tempo para as festas de final de 2013. A ansiedade da minha família é natural. Desde pequenas nunca passamos o Natal separadas.
Quando crianças, ainda na Itália, Havia toda uma expectativa: a lareira toda cheia de meias à espera de “befania” ( papai Noel em italiano ). 3 dias antes, os nossos pais sumiam misteriosamente, e quando voltavam a nona dava um jeito de sair com a gente para que eles pudessem esconder os presente.
Na noite de Natal, depois de servida a ceia, mamãe nos mandava cedo para a cama dizendo que o Papai Noel não viria se as criança estivessem acordadas, e assim explodindo de curiosidade íamos para a cama, mas a minha irmã mais velha queria ficar acordada pra ver a chegada do velhinho, felizmente o sono nos vencia e assim pude conservar a minha fantasia por muito tempo.
Mesmo depois que imigramos para o Brasil, a tradição continuou por bastante tempo. Era sempre maravilhoso ver a família toda unida, mesmo que as vezes brigassem como convem a uma família italiana no final acabavam em grandes declarações de amor e perdão e todos ficavam felizes.
Mas, para impor a minha vontade de seguir a carreira artistíca a batalha com meu pai foi dura. Era um homem simples, primitivo, o mundo artístico pra ele era um mundo de vícios e perdição e quando finalmente comuniquei que iria sair de casa ele vociferou: "Filha minha não vai se prostituir eu mato primeiro". Atrevida que era, respondi no mesmo tom: "Vou tornar o teu nome famoso, você o vera em todas as marquises e manchetes e garanto que será honestamente".
Fui morar em uma vaga de quarto em Laranjeiras, e comecei a trabalhar em anúncios como modelo e fazia comerciais na TV. Ganhei dinheiro e então pude alugar meu primeiro apartamento. O fato de trabalhar sem parar foi bom porque amenizava a Saudade. Quando chegou o fim de ano, gastei quase tudo que tinha ganho em presente, orgulhosa de mim mesma. Mas, de repente, me dei conta que tinha que ir a casa dos meus pais. Me armei de coragem e lá fui eu. Durante o trajeto até Jacarepaguá pensei e repensei em mil coisas para dizer ao meu pai. Mas, quando toquei a campainha e ele veio abrir o portão, fiquei muda. Estava com tanta saudade que quando me dei conta estava abraçada, dizendo que o amava. Beijei ele tanto, que daí em diante, quando ia visitá-los, a primeira coisa que me era cobrada eram os beijos e abraços.
Por isso, posso dizer que foi o meu amor que ensinou o meu pai que demonstrar amor não era uma fraqueza mas sim uma atitude muito saudável e gostosa.
“Realize o obvio, pense no improvável e conquiste o impossível”.
Rossana Ghessa Atriz e produtora de Cinema e teatro Contato: focuslife@playtac.com http://rossanaghessa.blogspot.com.br |
Biografias, Histórias de vida de personalidades
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Ricardo de Magalhães
Você como sempre uma guerreira com muito talento. Bj.
joão signorelli
adorei essa foto rossana linda !!!1 beijo enorme carinho gratidão joaõ