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Noé - o Filme
16 de abril de 2014

 

            Sabendo se tratar de um filme estrelado por Russell Crowe e todo o potencial da história já conhecido e agora também anunciado por trailers, minha expectativa em relação à superprodução era enorme. Mesmo sem ler nenhuma crítica, positiva ou negativa, sobre o filme do diretor Darren Aronofsky, lá fui eu checar o longa sem qualquer opinião formada. Pronta e crua para criar as minhas próprias impressões.

            Desde o início do filme, ficam claras a alta qualidade de fotografia e efeitos especiais, que vão aumentando e melhorando conforme o filme se desenrola. Sobre os efeitos, tenho que dizer que as cenas que mostram as aves, os répteis e depois todos os demais animais se dirigindo à arca de Noé por conta própria são realmente lindas e se tornaram as minhas favoritas no filme.

A  " ARCA " de Noé no filme

            A história que ouvimos desde criança sobre o fim e o seguido recomeço do mundo em que vivemos, não é contada fielmente ao que consta na bíblia, mas penso que as divergências são pequenas e pelo menos a mim, não incomodaram nesse aspecto.

            Russell Crowe é Russell Crowe. Sua atuação é forte, comovente em seu personagem, que é fiel à Deus e sua fé, mesmo quando todo o mundo está contra ele. O Noé de Russell Crowe é duro, sofrido em sua intenção de servir ao Senhor sem equívoco algum. Perfeccionista em sua fé, Noé parece sofrer do início ao fim. E comove pela força de seu caráter e obstinação.

            Minha primeira decepção com o filme foi em relação à forma com que os gigantes são representados. Um punhado de pedras enormes estilo “Transformers” num formato realmente estranho e que ao mesmo tempo remete à filmes épicos. Não me simpatizei em nenhum momento com essa forma com que os gigantes apareceram e atuaram no filme.    Jennifer Connelly e Emma Watson também não me convenceram nas cenas dramáticas, o que me fez ver Russell Crowe levando o filme sozinho no quesito drama e desempenho.

            O desenrolar do filme é rápido, prende o telespectador e causa entretenimento. Porém a história não parece tocar no sentido religioso e também em sentido nenhum. Apesar da fé inabalável e sofrida de Noé, não me senti tocada moralmente pelo filme ou de nenhuma outra forma. Parece que ficou faltando a esperada “lição de moral” na história.

            Não sei de que forma o roteiro poderia ser salvo em seu final pouco tocante, mas já que o filme pareceu não tender para lado nenhum e tão pouco foi cem por cento fiel ao roteiro bíblico, creio que o final poderia ter vindo ao menos com legendas, que trouxessem uma conclusão à história ou ao seu sentido.

            Uma pena no sentido do “tocar” a alma com uma história, que acaba não tocando de verdade. Mas aos nossos olhos, não deixa de ser um presente em toda a superprodução que é. E mais uma vez a brilhante atuação de Russell Crowe.

            Bem longe de ser um filme tocante como “O Gladiador”, ainda assim acho que vale a pena, senão pelos efeitos especiais, então pela atuação ainda gladiadora de Crowe.

Confira o TRAILER oficial:

CAROLINA VILA NOVA

ESCRITORA E ROTEIRISTA, de Curitiba.

Contato: focuslife@playtac.com

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